Noções de crueldade, preconceito e racismo, por meio do holocausto, na opinião de Prado, são válidas para formar conteúdo e conscientizar os cidadãos em favor da cidadania de forma que as futuras gerações contribuam na prevenção de atos similares de intolerância e genocídio. O holocausto deve ser abordado mostrando o impacto que o acontecimento causou na humanidade e seus desdobramentos históricos, cujos efeitos são permanentes. “Mobilizar escolas e pedagogos, ensinar a história do holocausto, é fundamental para diminuirmos a negação ao tema e evitar que ações de crueldade se repitam com qualquer que seja o grupo”, disse. Na opinião do parlamentar, não se pode permitir o esquecimento e a negação deste “vergonhoso morticínio de milhões de pessoas.”
De acordo com Kélita, a diferença entre holocausto e genocídio está na motivação pela qual é causado. A do holocausto é a ideológica. Foram mortos motivados por religião, raça, opção sexual, deficiências e crimes comuns. “As crianças precisam saber que judeus foram classificados, restringidos, confinados e exterminados em nome de uma ideologia”, explicou. Na opinião dela, o tema deve ser estudado nas escolas, capacitando os docentes, combinando estratégias educativas e associando o tema com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A diretora informou, ainda, que o dia 27 de janeiro é considerado o Dia Mundial em Memória às Vítimas do Holocausto, instituído pela ONU.
“Shoá significa calamidade, holocausto, no dialeto do alemão falado por judeus”, explicou o rabino Pablo Berman, referindo que a expressão sugere que os judeus da Europa foram um sacrifício a Deus. Berman também criticou o silêncio do mundo em relação ao assunto e lamentou a grande tragédia. Para ele, os judeus do holocausto foram as maiores vítimas da indústria do genocídio, baseado em estudos profundos de extermínio.
Salomão Cunha detalhou casos do holocausto e relatou que um dos sobreviventes disse que, na ocasião, os judeus foram tomados de surpresa por um telegrama obrigando-os a irem de trem para os campos de concentração. “Vamos trabalhar juntos pelos cidadãos de amanhã contra qualquer tipo de fundamentalismo e, principalmente, a xenofobia”, disse.
Histórico
A palavra holocausto tem origens remotas em sacrifícios e rituais religiosos da Antiguidade, em que plantas, animais e seres humanos eram oferecidos às divindades, sendo completamente queimados durante o ritual. Alguns campos de concentração combinavam trabalho escravo com extermínio sistemático. Alguns prisioneiros eram imediatamente assassinados em câmaras de gás e seus corpos queimados, enquanto que outros eram primeiro usados como escravos em fábricas e empresas industriais nas proximidades do campo.
Era feita, ainda, a reciclagem dos corpos, em que o ouro dos dentes era fundido e usado na confecção de joias; já os cabelos eram utilizados em tecidos, tapetes, meias e enchimento de casacos. O holocausto teve várias ramificações políticas e sociais que se estendem até o presente. A necessidade de encontrar um território para muitos refugiados judeus levou a uma grande imigração para a Palestina, que na sua maior parte, tornou-se Israel. Essa imigração teve efeito direto nos árabes da região, levando ao conflito árabe-israelense e ao conflito palestino-israelense.
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Debate
Após a explanação, os vereadores registraram suas opiniões sobre o holocausto e a possibilidade de inserir o tema na grade curricular do ensino fundamental público. A maioria dos parlamentares foi favorável à iniciativa, cumprimentando Emerson Prado e agradecendo pela oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre o assunto. Entre eles, Jonny Stica (PT), que, como arquiteto, falou sobre sua experiência ao visitar o Museu do Holocausto, na capital da Alemanha, onde, através da arquitetura do local, é possível ter uma ideia do ocorrido naquele período de guerra e perseguições. Na opinião de Stica, a inclusão do tema no currículo escolar contribui para o exercício mundial pela paz.
Tico Kuzma (PSB) lembrou do programa Agentes da Paz, desenvolvido em 2007 na Casa, “quando foi criada uma cartilha de conscientização sobre a responsabilidade de cada indivíduo na implantação e manutenção da paz”, acrescentando que os vereadores, na ocasião, tornaram-se agentes da paz. Omar Sabbag Filho (PSDB), Roberto Hinça (PDT), Noemia Rocha (PMDB) Professor Galdino (PSDB), Francisco Garcez (PSDB) e Juliano Borghetti (PP) parabenizaram os palestrantes, ressaltando que todos os esforços para melhoria da civilização recebem o apoio da Câmara.
Na Mesa, representantes da comunidade judaica responderam aos questionamentos dos vereadores.
Membros da comunidade judaica com vereadores, ao receberem votos de louvor pela participação na tribuna livre.
Fonte: http://www.cmc.pr.gov.br/ass_det.php?not=14890 (Fotos Andressa Katriny)






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